quarta-feira, 8 de março de 2017

PARABÉNS MULHERES NEGRAS!

Estive tentada a não escrever nada neste dia internacional das mulheres. Os discursos da pessoas soam machista a cada vez que, principalmente homens tentam elogiar as mulheres. Hoje ouvi textos bíblicos, frases daquelas que a mulher deve cuidar do marido para ele ficar bem cheiroso dentre outras que me recusei a ouvir mesmo quando estava ouvindo.

Mas mesmo assim não consegui deixar de escrever estas pequenas linhas, elas não são nada melosas, românticas nem de satisfação pelo êxito das mulheres nestes últimos séculos. Ou sou ou estou cética.

O dia 8 de março é um marco importante na vida das mulheres, mas que mulheres? Esta ideia emerge nos EUA e Europa com as lutas feministas. A primeira celebração deste dia foi no ano de 1909 nos EUA no mês de fevereiro, não me aterei à historiografia desta data, mas ela chega até os nossos dias e se seguirão.

Mas fico pensando o quanto conseguimos de direitos durante todos estes anos. Conseguimos a alfabetização. Mas é digno de nota que a educação para as mulheres foi proibida no Brasil por que as índias exigiram estudar assim como os seus esposos, pois nas suas tribos as mulheres trabalhavam igual aos homens.

Pudemos votar, também importante para decidir quais seriam os(as) governantes. As mulheres se inseriram no mercado de trabalho, mas a sua remuneração até hoje em determinadas funções é menor do que o dos homens na mesma função. As mulheres encamparam muitas lutas em todos os lugares do mundo e lograram vitórias. Daí surge também o dia das mães, das avós e outros que são alusivos às mulheres.

O feminismo ele emerge, mas para exigir os direitos das mulheres brancas, para a emancipação das mesmas existiam outras mulheres privadas de seus direitos as mulheres negras. Estas eram empregadas domésticas e alvo dos assédios sexuais dos maridos e filhos dos patrões e patroas, sofrendo o que relata Emicida no seu vídeo clip Esperança de Emicida, uma reflexão para o que ainda as mulheres negras precisam lutar para alcançar no Brasil racista que ainda preserva a sua Casa Grande e Senzala, ou seja, o seu apartamento com o quarto de empregada e o elevador de serviço que ainda é orientado para os pretos e pretas. São as meninas que vem para a capital para receber colaboração da família branca e segue a vida como empregada doméstica.



Referirei-me aqui neste post uma homenagem especial para as mulheres negras que fizeram a diferença no mundo, mas pouco referenciadas e reverenciadas.

    Presidente da Libéria: Ellen Johnson Sirleaf. Crédito: Getty Images News


    Apresentadora Oprah Winfrey Crédito: FilmMagic / Getty Images
 
Aqui a referência de duas mulheres Dandara a esposa de Zumbi dos Palmares interpretada pela Atriz Zezé Mota. Fonte: Jo Prata.
 
Wangari Muta Maathai, ativista queniana. Crédito: Getty Images Entertainment.
 
 Crédito: Getty Images Entertainment. 

Maya Angelou, primeira motorista de ônibus negra EUA.


    Crédito: The LIFE Images Collection / Getty IMages
Rosa Parks, líder dos movimentos por direitos civis EUA.


Crédito: Focus on Sport / Getty Images
Jackie Joyner-Kersee, recordista mundial de atletismo.

 Crédito: Tribune News Service / Getty Images
Harriet Tubman, conhecida como Black Moses, abolicionista.




   Crédito: Gamma-Keystone / Getty Images

 Angela Davis, feminista negra, ativista, professora e filósofa.



 Lélia Gonzales, ativista negra brasileira, fundadora do Movimento Negro Unificado.


       Bahia no Ar

Mãe Stela de Oxossi, escritora, sacerdotisa do candomblé escritora e responsável pelo debates sobre a desmistificação da relação entre os santos católicos e orixás.

Ficarei por aqui com as homenagens a algumas mulheres negras e as demais que no cotidiano fazem a história em todos os setores da sociedade. Quero um dia das mulheres onde possa ver a Lei Maria da Penha em prática e as mulheres saírem das estatísticas de assassinatos por minuto no Brasil, pois vivemos num país racista, machista e homofóbico. Por que parabéns e força para as mulheres negras? Elas estão segundo a pesquisa na estatística do desemprego e se empregada com menores salários e na do analfabetismo até que o Brasil realmente tente mudar este quadro de desigualdade que abrange raça/etnia/Gênero.

Presenteio as mulheres com Elza Soares aclamada pela crítica internacional em sua turnê pela Europa! A música é Carne (Negra)

 

Grata pela visita ao Blogue
Rosi Barreto.

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